sábado, 15 de dezembro de 2007

O que você vai ser quando crescer?

Procurando videozinhos do festival do minuto, achei esse aqui.
Já é antigo, primeiro lugar de 2004.

Isso sim é realização profissional!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Sorri, Mônica


“Pra onde vai o sol quando a noite cai?”

O crepúsculo passou e veio a escuridão, que trazia consigo a angústia e o fardo pesado da nossa impotência em face de mais um dia de dor e sem respostas. Sim, já chegava a noite, teimando em tentar escurecer a nossa fé e nossas esperanças. Mais uma manhã e uma tarde tinham se passado sem que chegasse a notícia pela qual todos ansiavam: a boa nova, o milagre, a cura.

Diante daquele vazio do qual nos encontrávamos cheios, o telefone toca e se escuta a única informação que não se queria saber. Primeiro vem a descrença no que se acabara de ouvir e a negação do fato. Como se mentindo para si mesmo, se pudesse modificar a cruel realidade, se pudesse transformar, em mentira, a dura verdade. Depois vêm os pensamentos sobre o que é a vida, sobre o quão somos frágeis e a necessidade de ir tentar confortar, amenizar, pelo menos um pouco, a dor dos familiares.

No hospital imperam os sussurros e as lágrimas. Havia algo que ligava todo mundo ali. Contraditoriamente, o elo de união estava ausente, separado, apartado, e se fazia onipresente mesmo faltando nos abraços. Nem a lua estava plena, nela também faltava um pedaço. Precisava do teu sorriso pra melhor nos iluminar. As recordações começaram a surgir. E nós começamos a ter uma certeza: você não estava indo nesta noite, Mônica. Cada conhecido, cada familiar, cada amigo, vai lhe carregar um pouquinho. Nos sorrisos, nas viagens, nas lembranças. Gente como você, não vai embora nunca. Têm uma perpétua magia, um certo encanto, que nenhuma enfermidade é capaz de tirar. Estará viva em nós, porque o passado é eterno. Ao mesmo tempo, sempre nos faltará. A lua terá dificuldade de aparecer inteira no céu, as festas perderão um pouco do brilho e somente tuas boas lembranças nos ajudarão a seguir. Vinte anos e tanta energia... Não há como nos conformarmos. Mas, se há de ser, vai... Vai em paz. Mas fica sempre aqui, mesmo que em nós ainda falte um pedaço. Fica sempre, pra nos lembrar de sorrir.

Mônica Kelly de Lima Freire era estudante de Engenharia de Alimentos e diretora do Diretório Central dos Estudantes da UFC.

“O que sinto, não sei dizer. Vai com os anjos, vai em paz. Era assim, todo dia, de tarde, a descoberta da amizade até a próxima vez... É tão estranho...” Renato Russo

domingo, 18 de novembro de 2007

Demorei, mas apareci..



**Eu era um mero membro fantasma nesse blog maravilhoso, mas agora em diante estarei postando alguns de meus textos e espero que vocês gostem das histórias fantásticas que geralmente só acontecem comigo.. hehehehe..

Por enquanto fiquem com uma "tirinha" que fizeram pra mim.

p.s.: Sim eu sou física, não as minhas piadas não são sem graça. Hehehehehe..

see ya!

sábado, 13 de outubro de 2007

Se vingou, Rita Lee?

Alô, moça do cabelo vermelho! Ou seria ainda a menina de bermuda, bicicleta, mutante, loira... !? Pouco importa, ainda continuas a mais completa tradução de uma cidade no coração da América do Sul.

Sabe que outro dia até pensei em criar um negócio novo para entender e explicar o mundo!? Porquê os puristas, que defendem a honra da ciência e da filosofia (e que por isso mesmo deixam de lado o que é de mais humano, mesmo quando algo sem importância ou sentido); os puristas não querem esse tipo de raciocínio em seus escritórios e academias. Então eu pensei em criar esse negócio novo, sem nome, que nem arte é, porquê isso, cara Rita, é com vocês que tem talento...

Pois bem, acontece que ouvia tua M te vê, "é nas urnas que eu vou me vingar (porquê eu vou me vingar!)", e pensei: você se vingou?

O Brasil já é penta, já temos dois Ronaldinhos e os dois de araque no ministério já são mais que dois (e até de mais araque)... e talvez quem era honesto e competente já tenha sido eleito. E aí, algumas pizzas, cuecas e Playboys depois, vem a pergunta: valeu a pena se vingar?

A resposta tá na ponta da língua; ou, melhor, da antena de tevê: nunca na história desse país o Brasil foi tão vergonhoso! Não preciso enumerar aqui os diversos acontecimentos vexatórios que abateram a alma brasileira; basta olhar o ânimo dos "E agora, Josés!?". Os trezentos picaretas com anel de doutor se transformaram em um nordestino ignorante sem diploma e presidente da República. Democracia participativa, vai ver... tem quem diga que o príncipe do saco roxo virou um sapo barbudo. E quem ficou com o olho roxo foi o Homem Bombástico... roteiro de Buñuel.

Valeu a pena se vingar?

Talvez não. Definitivamente, não; se assistirmos os mesmos canais de sempre. Mas tem quem ainda coma o prato frio como quem devora sushis - e não são poucos. Mesmo sem pressa, com a carne crua (às vezes com couro) e o risco de ficar com bafo de peixe, tem quem engula satisfatoriamente a iguaria. E salve Mário Jorge Lobo Zagallo!

São esses que se vingam à sua e à minha revelia, Rita Lee; queiram os caretas ou não. De perto ninguém é normal. Sabem separar o joio do trigo, mesmo que tenham de fazer papa com casca e tudo. Vivem isso, menos encarcerados nos morros e favelas do que nós, nos shoppings e nos carros. Eles mais perto dos criminosos; nós, do crime.

O povo, Rita, o povo se vingou. Foram 8 anos de mandato de Fernando Henrique; serão 8 de Luís Inácio. Pouco ou nada importa o que aconteceu ou deixou de acontecer na política nacional. Menos ainda se Lula sabia ou não. Ninguém no morro sabe onde o traficante mora, né verdade!? E que tem Lula a ver com seus comandados? Afinal, Jesus Cristo andou com Judas - e aí?! Mudou alguma coisa?

Não há razão sem emoção, nem emoção sem razão, que supere o que o povo sente com cabeça e coração: a vingança, Rita, pode ser fria, mas continua sendo doce!

P.S.: Ah, se criei o tal negócio? Não, nem nome pro batismo tem, coitado. Na verdade eu não poderia mesmo cría-lo ou tê-lo por propriedade; ele já anda por aí, bem crescidinho. Nasceu junto à consciência dos primeiros hominídeos - aquela mais simples, mais primitivazinha consciência, nada política ou ideológica, que sempre escapou dos moldes de qualquer coisa que o próprio homem tenha criado. Aquilo que, sem nenhuma pretensão antropocêntrica ou especista, deveria ser distintivo e sinônimo do termo "humanidade".

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Cada um tem um mundo


Protesto de sem-tetos na França. Fonte: Uol notícias.



Sem dúvida não ter onde morar é um problema pra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, mas o que é pouco pra uns pode ser muito pra outros.

Aqui em Fortaleza você encontra gente dormindo nos terminais de ônibus, nos calçadões dos prédios comerciais da Aldeota e por todo o Centro da cidade. Há crianças, adultos e famílias inteiras!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Sigam-me os bons?


Criador e intérprete de Chaves e Chapolin,Roberto Gómez Bolaños, nega que tenha apoiado narcotráfico.


As acusações que ele nega partem de Fernando Rodríguez Mondragón, filho do ex-líder do cartel de Cali Gilberto Rodríguez Orejuela, que "afirmou em entrevista a um jornal colombiano que Bolaños e o cantor mexicano Juan Gabriel participaram, e, inclusive, atuaram, em festas dadas por seu pai.

Bolaños esclareceu que nunca teve conhecimento de ter atuado para narcotraficantes e sustentou que quando dá um espetáculo não solicita aos presentes suas identificações, tampouco cartas de recomendação ou antecedentes penais.

O ator e escritor mexicano afirmou que não pode assegurar que
todos os empresários que o contrataram ao longo de sua carreira
foram honoráveis, mas sim que não teve vínculos com personagens
obscuros".

Fonte: Uol Notícias

Agora, uma análise superficial da obra de Bolaños:

- O que seriam aquelas pílulas que o Chapolin tomava pra ficar pequeno? Ele diminuía mesmo ou era alucinação?
- O dinheiro do aluguel que o Sr.Barriga cobrava de "Seu Madruga" era mesmo referente ao aluguel?
- Porque a vila era tão isolada, com um portão separando o pátio da rua? Ponto de venda? Ah, e porque o pátio por trás da casa do "Seu Madruga" era tão escuro e pouco freqüentado? Boca de fumo?
- Ali ninguém trabalhava. O máximo que Dona Florinda e Seu Madruga faziam era bicos e pequenos empreendimentos sem sucesso.
- Ninguém podia entrar na casa da Bruxa do 71. Era o depósito onde a droga era estocada?
- Seu Madruga já dizia: "Quando a fome aperta, a vergonha afrouxa".

Mistériooooooo (ao som dos gemidos e uivos estranhos do abominável homem das neves)

sábado, 15 de setembro de 2007

Câmera anti-emo


http://www.bbc.co.uk/portuguese/pop/070914_video_smile_pop.shtml


"Sorrir é a única condição que a última câmera fotográfica da Sony impõe no seu usuário.

A tecnologia de ‘face detection’ não permite que se tire uma foto até que a pessoa fotografada sorria".

Fonte: BBC online.


domingo, 9 de setembro de 2007

Breve resumo do que estou

Estou aqui, mais uma vez, para dizer-lhes do que é passar o que se passa na minha cabeça. Eu não estou dentro da minha cabeça, mas posso exatamente saber o que é que se passa nela.

E o que está me deixando incomodada é essa pretensa ausência da vontade de saber mais do que sei. No momento, não me ocorrem epifanias. Solitária que sou dentro de mim, não pretendo fazê-los reparar no que está se passando na minha cabeça. Afinal, a cabeça é minha, e só eu sei o que se passa nela.

Ponto final.

domingo, 2 de setembro de 2007

Estrangeirismo



"Eu gostaria de falar com o presidente pra cuidar melhor
da gente que vive neste país.
Nossa gramática está tão dividida, tem gente falando “happy”,
pensando que é feliz.
Acabaria com este tal de estrangeirismo que deturpa nossa língua
e muda tudo de uma vez.
E os mendigos, que hoje vivem nas calçadas,
ensinariam ao brasileiro que aqui se fala o português.

Eu sou simples,
Sou composto,
Oculto, indeterminado,
Particípio, eu sou gerúndio,
Eu sou fonema sim senhor.
Adjetivo, predicado,
Eu sou sujeito e,
Ainda trago no meu peito
Este país com muito amor."

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Desemblogue-se meu jovem!

Me desculpem aqueles que gostam de um estilo mais formal de se escrever, mas hoje não estou a fim de incorporar um ser mais maduro e seguro de si. Sei que pode parecer estranho, antiquado. Não posso negar o que já foi posto por mim e por outros aqui. Não me levem a mal. Esqueçam parágrafos, "abres", intertítulos. É que a cuca tá quente. Tá pegando fogo. Meu tema de hoje não me pertence. Não nasceu hoje. Tem a ver com a existência desse blog, e a de nós mesmos. Meu objetivo neste momento não é convencê-los da minha humilde opinião sobre as coisas do mundo. É só um estalo na minha cabeça. Um papoco sem sentido da mente de um confuso.

muito bem....

Há poucos dias, uma das nossas companheiras, aquela mais sonhadora e barulhenta, questionou a natureza das abordagens deste estimado espaço. A crítica carregada em sua língua-espada feriu a todos, inclusive a mim. Um golpe certeiro. Carregado de emoção. De alguém que queria ver, de alguma forma, na escuridão das nossas abordagens, a luz da novidade. Confesso não ter compreendido de imediato a profundidade da análise feita por esta pessoa, sobre o que, até este momento, tinha sido produzido aqui. Não que nela tenha baixado um deus da interpretação. Pra falar a verdade, as reivindicações dela pouco me importaram. O que sinceramente me chamou atenção foi o modo como ela colocou as opiniões e a maneira como, fervorosamente, as defendeu.

- O que seria esse diferente? - Questionaram-se todos no momento da inoportuna intervenção da nossa amiga. - Não sei. Diferente do que esta aí - Ela respondeu.

Confesso que isso me doeu um pouco. Na hora não sabia por quê. Será que naquele momento era um conservador? Será que naquele momento estava querendo manter o status quo? Será mesmo que só fico na poltrona sentado, comentando os fatos presentes nos tão criticados jornais?

Não sei. Só sei que naquele bendito momento não me vi como jovem. E foi isso que me nocauteou. Logo, lembrei da minha faculdade. Das pessoas só falando em redações, em estágios, em remuneração. Do emprego, do carro, da cadeira que a professora não lançou as notas ainda. Quanta mediocridade. Quanta velhice.

Os vestibulares que me desculpem. A temática ambiental, as quedas dos aviões e as questões jurídico-legítimo também. Mas, nesse momento, o principal problema que a sociedade vive é a falta de JOVENS. Atuantes, inovadores, impulsivos como a nossa amiga. Só os jovens podem transformar o que está aí.

Precisamos "quebrar" com muita coisa. Mesmo que nesta "quebra", a nossa cara vá junto também. O JOVEM de verdade, tão proclamado pelas canções que tanto apreciamos, não vive enfurnado meditando as desgraças da primeira página. Enquanto pudermos gozar da juventude, mudemos nosso vocabulário, incluindo o prefixo "des" em todos os verbos que nos incomodem. "des"iluda-se, "des"enrole-se...

Enfim, para que fique mais claro, levanta daí e DESEMBLOGUE-SE.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Entre o legal e o legítimo

Pra começar, um pouco de “dicionarismo” não faz mal a ninguém, exceto quando se trata de lições de moral. E, definitivamente, a discussão a que me proponho, aqui, não chega perto disso.

"Legal" é o que está conforme a lei, relativo à lei, prescrito pela lei, certo, regular, em ordem. Popularmente, é o nosso velho “como deve ser”. "Legítimo" é o que está fundado no direito ou na razão, tem força de lei e é válido perante a lei. Mas, além dessas acepções, também é possível ser identificado como algo verdadeiro, concludente, genuíno, puro, autêntico.

Diante disso, vem a tal da questão: tudo que é legal é legítimo? Não, não é. Vejam só o nosso – vou usar termos jurídicos pra mostrar que também sei usar alguns, apesar de muitas vezes não significar absolutamente nada – respeitável ordenamento jurídico! Obsoleto, antiquado, velho e caduco. Como se não bastasse, também serviu, serve e, se não me engano, deve continuar servindo para que uns poucos tenham acesso àquilo que já têm e para que outros muitos continuem sem acesso ao que não têm. O nome disso em linguagem disfarçada? Aí, vocês podem chamar do que quiserem: segurança jurídica, direito adquirido, ato jurídico perfeito, ou qualquer outro desses termos cheios de pompa, mas de pouco significado e valor.

Mas, aí nasce uma outra questão: se sob o império da lei não reina necessariamente a justiça, como saber e em que horas invocar a legitimidade de descumpri-la? Verdade seja dita: a toda hora se fala em poder legítimo do povo, e em seu nome é possível fazer a maior “desgraceira” mundo afora. Uma dessas aberrações está encarnada no nosso político demagogo que abusa e usa do nome, da paciência e do dinheiro da gente pra ganhar popularidade e vencer as próximas eleições.

Um problema grande delegar nossa vida em sociedade tanto à esfera do “legal” como à do “legítimo”. Ficamos nessa de ora defender a ordem segura e injusta e ora de gritar aos quatro cantos a justiça insegura que cada um pode criar e manipular.

Por isso, é que estou à procura – e me avisem se alguém encontrar – de uma luz de esperança entre o “legal” e o “legítimo”.

Um ponto de vista sobre o tempo

Dizem que a história começa assim: Gaia deu uma foice a seu filho Chronos, que castrou Urano, seu próprio pai. Atormentado pelo receio de ser destronado e morrer como ele, passou a devorar todos os seus filhos, até que sua esposa Rhéa lhe deu uma pedra no lugar de um deles: Zeus. Não se sabe como ele engoliu uma pedra pensando que era um filho, mas o fato é que Zeus cresceu, partilhou o mundo com seus irmãos e triunfou sobre deuses e homens.

Chronos, vingativo, traído por esposa e filhos e também um filho traidor, é um senhor de reputação duvidosa e de ficha um pouco suja. "Matar o tempo", portanto, é uma expressão perigosa. Jamais deveríamos, nem como legítima defesa, investir contra esse sujeito que come até pedra! Alguma dúvida de que ele seja mesmo doido? De toda forma, não vale a pena arriscar. Alguns tentam correr contra ele, mas um titã deve ter passos largos.

Bem,não seria Zeus, um filhinho mimado, que acabaria de vez com seu poder. Chronos continua entre nós. Simbolicamente e das mais diversas formas. Vamos falar de relógios, por exemplo. Neles, Chronos pode ser encontrado em quatro pacotes (hora, minuto, segundo e milésimos de segundo): para todos os gostos e bolsos. Contudo, nem sempre foi assim. Dependíamos de sol, água e areia antes de inventarem os relógios mecânicos, de pêndulos e ponteiros. Com eles, o dia que era acompanhado por nossas medições imprecisas passou a ser cronometrado. Para cada medição, uma hora equivalente. Para cada espaço percorrido por um ponteiro, um tempo transcorrido.

Há o tempo portátil, de bolso, de pulso e no celular. Ele também nos acompanha onde antes não costumava estar: em telas de computador, no televisor e no display de vários outros aparelhos.

Relógios são os (des)necessários (in)convenientes do cotidiano, especialmente se temos banco às catorze horas e dentista às dezoito. São eles que nos confirmam que um atraso de vinte minutos é perdoável. Também nos lembram que uma ligação de três segundos no celular é de graça!


Pois é assim que se vive: com exatidão. Ela aumenta linearmente do relógio de sol, da ampulheta e do relógio mecânico de ponteiros até o relógio digital.Nossa relação com cada uma destas formas de medir o tempo pode dizer muito sobre como vivemos hoje.

Tudo porque o chamado fluxo natural da vida foi marcado pelo movimento quase imperceptível das sombras,depois pela areia escorrendo devagar. Então observamos o tique-taque dos ponteiros que passeiam e hoje convivemos com a mudança repentina de 14:59 para 15:00 no visor digital, que nos assusta e faz apressarmos o passo. Sentimos que de repente as horas são pontuais. Delas, você não acompanha o devir, o fluir. Mostram-se apenas quando já são ou estão.

Bem,é hora de ir, porque o tempo é um velho que come criancinhas. É o bicho-papão da História de todos e de cada um.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

- E vocês não são putas?

Eis que estava eu na parada de ônibus, com uma amiga minha, e apareceu-me o pivete. Nunca uma indagação tinha sido a causa de tanto espanto e constrangimento. Os olhos saltaram das órbitas. Eu quis falar, mas quem o fez foi ela:

- Nãummmm. E a gente tem cara? – Falou como se fosse um miado arrastado.

Este questionamento provocou-me sensação pior do que o feito pelo moleque. Havia dúvida se nós parecíamos com putas? Como assim? Ela estava em seus dias mais comportados e eu com blusa sem decote e as sandálias sem salto. Só se minha calça jeans estivesse apertada demais. No entanto, dentro do meu estilo, eu tava tão arrumadinha, o batom da boca tão discretinho...
A coerção social caiu em mim como uma burca. De onde uma criatura, que aparentava ter menos de dez anos de existência, havia tirado que eu poderia ser uma daquelas mulheres da vida? Que absurdo! Aquilo não é coisa de menina séria e menina que aparenta ser aquilo é malvista. Decerto que é muito feio vender prazeres na esquina. Não sei explicar bem, mas todo mundo sabe que é feio. Se ao menos fosse homem, o aluguel para as heteros só apareceria nos jornais e não nas ruas. Mulheres que fazem isso (têm as ruas como vitrine) ou não prestam ou têm família que possui baixa renda, coitadas! Moça decente jamais se prestaria a este papel. Expor-se ao relento é para as dignas (apenas de pena) e para as libertinas! Pois, que mulher de família escolheria uma profissão dessas? As decentes só vendem prazeres (e os recebem também) escondidas. E ninguém pode desconfiar. É preciso manter a classe acima de tudo. E mal o pensamento teve início, foi dissipado tal como bolha de sabão na hora em que o piá, parecendo não se importar com a negação da minha amiga à sua pergunta, prosseguiu:

- Se vocês quiserem, eu arranjo dois gringos e vocês vão de táxi, mas eu tenho que receber a minha parte.

TÓIMMMMMMMMMM (meus olhos devem ter saído das órbitas de novo)

E eu que pensava que sempre teria uma resposta na ponta da língua...
Acaso o pivete não tinha acreditado que não éramos putas?

A noite encontra seus fiéis parceiros em quem não tem medo dela. Os meninos das ruas, os boêmios, as putas, os jogadores, são seus donos. A noite é do deboche. Deboche da crença, da falta dela. Deboche das famílias horrorizadas, dos que pensam ser o que não são e dos que são o que os outros não pensam. O ônibus chegou. Eu voltaria ao amargo lar e deixaria a noite daquela rua. Meninas de família só podem olhar as estrelas antes da novela das oito. Depois disso, podem encontrar algum mirim, ser confundidas com uma qualquer e ter um choque de realidade...

domingo, 5 de agosto de 2007

Onde a foice ceifa o relvado

O futuro do movimento ambientalista passa por uma reformulação da idéia de movimento - e encontra por isso muitas resistências em seus próprios colaboradores

Não sou ambientalista engajado; nem mesmo ativo. Mas posso dizer que sempre tive consciência da importância das questões ambientais e sempre procurei manter uma conduta condizente com esse conhecimento. Sem qualquer orgulho ou pretensão, posso dizer que é isso, afinal, o que buscam os movimentos ambientais: cidadãos bem-informados e coerentes às causas ambientais. Ou, ao menos, deveria ser.

A influência socialista nos movimentos ambientalistas, especialmente do terceiro mundo, é patente. Mesmo que haja, por parte de alguns críticos ou conspiracionistas, uma identificação histórica do movimento verde com a direita elitista, hoje este se vê de tal forma popularizado e associado às questões sociais que há, sem dúvida, uma proximidade muito maior com o filão revolucionário da política do que com o conservador. Mas aí ocorre um problema de "filiação": os movimentos ambientais acabaram adotando, em sua maioria, muitos aspectos da luta operária; quando não todo seu modus operandi . Mesmo ideologias políticas ou místico-religiosas se tornaram a mira de alguns desses movimentos, enfraquecendo suas proposições originais a que as questões ambientais autêntica e naturalmente evocam.

Percebem-se já algumas dissonâncias dentro do movimento verde que nascem não da "indústria da desinformação", mas de orgulhos ideológicos feridos. Alguns "engajados" se sentem ofendidos com a popularização das causas verdes; seja com a tomada de consciência progressiva da população ou por um aprofundamento da mídia acerca do tema. Virou moda; dizem. O ambientalismo virou moda? Que seja eterna moda, então! Desde que devidamente colocado a par dos movimentos sociais (sem criar antagonismos artificiais com estes), deve, sim, ser popularizado! Mas não é assim que pensam os que se dizem "antigos ambientalistas", como se ser antigo fosse sinônimo inequívoco de ser bom. Isso remete a uma mania comum a diversas áreas da vida cotidiana: uma espécie de patia de saudosismo do que nunca existiu ou se viveu...

Ao contrário; essas pessoas engajadas e amargas estão por aí, ainda em movimentos sociais e ambientais, recusando a se reciclar, pregando lutas e forçando oposições. Mesmo jovens ambientalistas parecem se afeiçoar mais a esses "antigos", por seu comportamento alucinado e discurso provocativo. E não sossegaram enqüanto conseguirem a reversão de tudo o que pregam, prorrogando qualquer perspectiva de sucesso ou progresso da causa para continuar a criticar e apontar. Sempre foi assim na ardilosa vida política; tem sido assim no crescente movimento ambiental.

Sinceramente, estes "antigos" não são nem nunca foram verdadeiramente ambientalistas; nunca entenderam a importância fundamental do ambiente.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Considerações iniciais

Em um conto intitulado “A Biblioteca de Babel”, Jorge Luís Borges compara o universo a uma imensa e interminável biblioteca, constituída por infinitas galerias, todas elas semelhantes entre si. O princípio fundamental dessa biblioteca baseia-se no espaço, no ponto, na vírgula e nas vinte e três letras do alfabeto, do que se deduz que a Biblioteca é total e que suas prateleiras registram todas as possíveis combinações dos vinte e tantos símbolos ortográficos. De fato, esta Biblioteca engloba todas as estruturas verbais, todas as variantes que permitem aos símbolos ortográficos enumerarem o conhecido e o desconhecido.

“A escrita metódica distrai-me da presente condição dos homens”. Com esse ditame borgiano inicio a jornada nessa tarefa que me reúne às outras personalidades que compõem este espaço e que pretendem fazer parte nessa representação do universo, cada um à sua maneira, dentro de uma cosmovisão particular. Quanto a mim, pretendo mais expor meus pontos de vista do que propriamente mantê-los.

Talvez algumas das minhas palavras figurem em alguma dos intermináveis segmentos de uma imensa biblioteca, mesmo não sendo aquela imaginada por Borges, mas uma estruturada por zilhões de códigos binários. Em meio a labirintos de hipertextos e gatilhos de hiperlinks, sou levado a pensar em como poderia contribuir para que você que me lê agora veja a vida pela mesma ótica que eu vejo. Não me resta nada a fazer senão o que os outros também fizeram ou irão fazer: tecer uma imensa teia de palavras (lembrando que estas aqui fazem parte da teia na qual você está justamente emaranhado agora) para que entre uma costura e outra você possa fazer as suas próprias ligações.

O desafio de escrever de uma forma bem pessoal neste blog me motiva não apenas a expor idéias e aprendizados, mas também construir meu espaço de criação e construção. Palavras criam o mundo, palavras modificam o mundo. Sim, enquanto houver palavras, sempre haverá a possibilidade de interferir no universo, e não apenas descrevê-lo. Ao querer representar o universo, como diz Borges, ninguém pode articular uma sílaba que não esteja cheia de ternuras e de temores.

Meu nome é Leonardo Amorim, e isso é um pouco de tudo que trarei a vocês.

Um pouco do verde ou do cinza

O Parque Estadual do Cocó é o trecho entre a BR-116 e a foz do rio. O decreto nº 20.253, de 05 de setembro de 1989, assinado pelo governador na época Tasso Jereissati, declara ser de interesse social a desapropriação da área para fins de preservação.

Segue, em 1992, outro decreto, destinado a ampliar o parque e assinado pelo então governador Ciro Gomes. O texto enfatiza a política de preservação do meio ambiente feita pela administração estadual e diz visar “uma melhoria na vida da população”.

A defesa do Cocó teve início nos anos setenta, quando o Banco do Nordeste queria construir sua sede administrativa na região. Atualmente, uma nova preocupação dos ambientalistas e daqueles que se importam de alguma forma com o local é a construção da Torre Empresarial Iguatemi, a poucos metros do rio.

Aparentemente, a construção tem tudo para ser proibida. No entanto, uma licença para a obra foi concedida pela prefeitura de Fortaleza. A Semace (Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Ceará) indica como atividade proibida na zona de amortecimento a “implantação ou ampliação de quaisquer tipos de construção civil sem o devido licenciamento ambiental”.

A concessão de licenças nas zonas de amortecimento do parque é listada pela secretaria como atividade permanente, ao lado de fiscalizações monitoramento, campanhas educativas, etc. Esta parte da lei não está bem clara. Parece deixar muitas brechas.

Todas as pendências judiciais e a real situação do lugar não chegam até nós de forma satisfatória. Os jornais tratam o parque como mais um equipamento de lazer da cidade que, por sorte, possibilita-nos contato com a natureza. Os ambientalistas têm diversas visões. Dentre elas, a de manter o parque o mais distante possível da ação humana. Também é fato que algumas pessoas tiram dali seu sustento. O Iguatemi, por sua vez, anuncia escritórios com vista privilegiada para o verde.

Algo quando se institucionaliza, quando é socialmente construído, permanece socialmente dependente. Aquele pedaço de natureza não é mais dono de si. Que olhar vai decidir o destino do Cocó?


Fontes: Diário do Nordeste, O Povo e Semace. [online]

O que os olhos vêem até demais

Você passa feito louco pelas esquinas da vida. Estuda a melhor saída, sapateia pelos buracos das calçadas, pinta um futuro incerto. Tem sede? Engole a própria saliva! Cansaço? “Evolutivamente, o homem não foi preparado para suportar o grau de tensão contínua e constante a que está exposto todos os dias”, afirma Dr. Marco Aurélio Dias, cardiologista falecido recentemente. “E agora, Doutor? Que é que a gente podemos fazer se não tem dinheiro, o jeito é agüentar o cansaço e ganhar o de comer pros menino”, explica a moradora da Areia Grossa, comunidade que incendiou há 16 dias.

-Não! Não dá pra suportar a falta de sensibilidade, o superficialismo, não dá, nem quero terminar de embrutecer meu coração.

-Que poético, não? Menina tola falando de sentimentos e achando que isso é bonitinho.

A essa altura, minha gente, tenho pouca coisa pra escrever. Não sei se por falta de inspiração, pouco conteúdo ou poder de síntese, mas meus textos e falas são curtos. O que são muito intensos e bastante visíveis são meus sentimentos. Experimente dizer que tentar ajudar um ser vivo qualquer é caridade! Sabe o que faço? Desabo em lágrimas a cada vez que penso no quão inútil fui por não atender a um pedido por força, digamos, editorial. Bela iniciativa, não?

Sem mais, o que se pode acrescentar sobre um mundo que deixa uma mulher cega e grávida parir o filho em pé e quase vê-lo morrer porque um cachorro da rua sentiu cheiro de comida e resolveu comer a placenta, cordão umbilical e quase tudo o mais que viu pela frente?

Não me venham com frases do tipo “seja a gotinha no oceano”, “faça a sua parte”. Ando muito decepcionada com o ser humano e com todo e qualquer tipo de construção ou vida que seja feita à sua imagem e semelhança. Vejam o que disse um membro de uma associação CRISTÃ sobre a proposta de construir um ginásio poliesportivo dentro da ÚNICA área verde da Regional I: “Me diga o que é mais importante: a vida de uma pessoa ou de uma árvore?”

É, seu João, José ou Antônio Ferreira... não responderei à sua pergunta. Podem trazer Mandela, admirar Gandhi ou Betinho. Não faz a mínima diferença para pessoas como o senhor. Desculpem-me os otimistas de plantão, é só uma fase. A decepção e a desilusão vão passar.

Minha razão é a emoção.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Papel, carne e concreto

De que é feito o ser humano hoje!?

O Senhor Marco Aurélio García, um dos grandes coordenadores do PT e assessor especial do presidente, protagonizou nesta semana, junto com um colega de gabinete, uma das mais tristes e revoltantes cenas dos últimos tempos. Ao saberem da possibilidade de o acidente com o vôo TAM 3504 em Congonhas ter sido provocado por falha mecânica, ambos fizeram gestos obscenos fora de tempo, desafortunados, flagrados por uma câmera oculta da Rede Globo. A cena foi veiculada por todo o Brasil através das mais diversas emissoras televisivas; impressa em jornais, exposta na internet. Em reação, a indignação popular é, certamente, muito grande: se não motiva uma revolta de protestos mais acintosos contra as autoridades, é porque existe uma catarse muito maior que a impede.

Porém, se engana quem acha que a catarse é de agora. A inanimação do cidadão brasileiro quanto a suas autoridades data de tempos imemoriais. Para não irmos longe, podemos lembrar o uso político da vinda de Bento XVI, quando deputados e senadores aproveitaram a distração cristã da maioria para multiplicar seus salários (coisa que dois meses antes provocou grande mal-estar - mas não reação! - popular). Ou as contas e histórias absurdas por trás dos Jogos Panamericanos do Rio; elas provocam algum alarde!? Em nenhuma dessas ocasiões houve qualquer reação política ou popular. Foi há quase cem anos que o baiano Rui Barbosa afirmou: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto." As coisas não parecem ter mudado muito em tanto tempo!

Se engana, também, quem acha que foi o gesto dos assessores o verdadeiro estopim moral em relação ao maior acidente aéreo brasileiro. Desde que surgiram as primeiras informações, certamente muitos outros políticos, de governo e oposição, tiveram reações íntimas ou explícitas tão ou mais graves do que esta. Desde muito cedo se fez com os números de vítimas politicagem e discurso ideológico inflamado. Deputados e senadores em CPI foram os primeiros a levantar a voz nesse tom, para fazer valer a oportuna evidência que as comissões promovem. Não ficou de fora a Comissão de Ética do Senado... e tudo vai ganhando um contorno meramente político... não houve um mínimo de respeito ou comedição que a ocaisão demanda.

Nessa encruzilhada moral e cultural, o pior foi mesmo o comportamento da mídia. Ao invés de servir utilmente à sociedade (ou ao menos de se conter em não prejudicá-la), foi capitaneada pela Rede Globo neste que é um dos mais vergonhosos episódios da mídia brasileira: sua postura grotesca e covarde (no mínimo) em explorar um assunto tão mesquinho num momento de tanta dificuldade para o país e, em especial, aos parentes das vítimas!? Imagino que, mais do que indignação política, essas pessoas sentiram profunda dor moral, absolutamente desnecessária e evitável pela imprensa. A postura do cinegrafista e dos seus superiores foi ridícula, covarde, abominável; não para com os assessores da presidência, mas com a população brasileira e com a ética dos homens.

O que se pode chamar de "natureza humana"? Qual grande transformação bioquímica tem ocorrido para sermos quem somos ou, mais precisamente, o que somos!?

Feito, do pó, pele, carne e osso, o ser humano hoje parece transvirado, como feito de papel, carne e concreto. Sobrou alguma coisa de natural, até aqui... mas já por fora (e preocupa-me se também por dentro, no mais íntimo rincão de alma) parece algo bruto e sem sentido.

A farsa do Vestibular


Apontado como um divisor de águas na vida estudantil, o vestibular é o único caminho que existe para que qualquer brasileiro ingresse em uma instituição pública de ensino superior. Todos os anos, milhares de estudantes de cursinhos e escolas públicas tentam o concurso e travam uma disputa desigual por uma vaga na Universidade

O vestibular é o concurso mais temido e odiado pelos estudantes do Brasil. É implantado na rotina escolar cada vez mais cedo e vem a cada semestre ganhando mais importância na sociedade brasileira. O que se previa quando houve o boom das Faculdades privadas não se cumpriu. Ano após ano, a concorrência por vagas em Instituições Públicas de Ensino Superior vem ficando mais agressiva, e a repugnante prova tem sido vista por muitos como uma batalha selvagem entre os jovens das mais diversas camadas sociais.

Quem são os vencedores e os derrotados de tão temível disputa? As centenas de Outdoors e Busdoors espalhados pela cidade transmitem a idéia de que os únicos iluminados são os estudantes das suas próprias instituições anunciantes. E, em parte, têm razão. Nos últimos anos, os alunos oriundos das escolas públicas não tem tido a menor chance frente aos estudantes advindos de cursinhos ou escolas particulares. Só no meu curso (Jornalismo – UFC), das 25 pessoas que entraram, apenas 1 veio da rede pública.

As causas da tamanha discrepância no vestibular podem ser postas à mesa com alguma facilidade. Podemos começar com um problema embrionário da educação brasileira: a falta de estrutura das escolas públicas. Enquanto os Aris de Sás da vida possuem centros de apoio ao vestibulando, bibliotecas bem equipadas e professores capacitados, muitas escolas da rede pública de ensino apresentam justamente o cenário oposto, impedindo qualquer progresso dos alunos vinculados a este tipo de instituição. Outro fator relevante se aplica à própria forma como o vestibular é aplicado. A prova testa todo o conhecimento passado ao longo de 10 anos de escola. Dessa maneira, muitos estudantes sentem-se perdidos com conteúdos totalmente sem conexão com o curso pleiteado.

Iana Lara Braz, aluna do Liceu do Ceará, revela a gravidade da situação: “Os professores não se interessam. Não tem nem biblioteca para a gente estudar. No último vestibular, dos quase 600 alunos pré-vestibulandos do Liceu do Ceará, somente 6 foram aprovados". Segundo a estudante, além de tudo isso, um importante aspecto psicológico ainda é levado em conta: "muitos dos estudantes não tem confiança em si mesmos e nem tentam a prova".

Não estou defendendo aqui que o estudante de escola particular, por ser de instituição privada, não tenha direito à Universidade Pública, ou mesmo, que seja feita uma política de cotas para estudantes da rede pública. Isso, com certeza, só taparia o sol com a peneira. No entanto, a desigualdade que este concurso vem apresentando já transborda o nível do inaceitável.

O pior de tudo é que o Governo Lula vem tentando solucionar esse drama nacional da pior maneira possível. Imaginemos a Educação brasileira como uma casa quase para desabar. Qualquer pedreiro (nada relacionado à escolaridade do chefe de estado) de respeito iniciaria uma reforma pelas bases da casa. No entanto, o nosso mestre-de-obras resolveu iniciar a recuperação da casa com um telhado novo sobre um amontoado colunas condenadas. Resultado: o telhado caiu e a casa não foi reformada. É assim que o Prouni vem funcionando. Levar alunos de escolas públicas com sérias deficiências no Ensino Básico (o nome já diz tudo) para a Faculdades Privadas não proporciona qualquer avanço, a não ser nos números eleitoreiros do governo. Como que um aluno desses vai estar durante o curso? Com que preparação ele vai ser inserido no mercado de trabalho? Da mesma forma que um aluno pobre perde a concorrência para o rico no vestibular, vai perder na luta por um emprego, por não ter feito um curso com a mesma qualidade de um aluno que a vida inteira teve um bom Ensino Básico.

Sinceramente, não me conformo com a política do “pelo menos já é alguma coisa”. Os estudantes menos favorecidos clamam por uma saída de verdade. O vestibular, além de ser uma grande mentira, pois é feito por e para uma parcela da sociedade, ainda faz emergir o câncer da desigualdade social.



terça-feira, 10 de julho de 2007

BLOG?

O msn dava o aviso de um novo email na caixa de entrada. Convite para um blog.
Blog é um negócio engraçado, dá preguiça de ler e, geralmente, não nos conta muita coisa da vida alheia. Logo, só é acessado quando o orkut enche o saco. Bem, o nome do blog chamava-se: Desemblogue-se. Alguém tem idéia do porquê do epíteto(este pq tem este acento aí?) ? Enfim, acho que ninguém tinha idéia. Fora o dono do BLOG (o q diabo significam estas letras?), eu era a primeira a escrever.
O nome dado pelo proprietário poderia querer dizer muitas coisas. Mas eu não ficarei por aqui a divagar motivos. Opto pelo mais concreto para a minha imaginação: o dono se cansou de conversar com o computador e veio fazer um apelo à realidade, às conversas de tarde, pelas calçadas, conversas que a pós-modernidade nos roubou. Não importa o motivo. Eu estou presente neste universo também, a regar flores e a contar histórias que, por enquanto, não precisam ser reais. Basta que sejam, como este blog, um convite para uma nova realidade. Um universo de mais apego às pessoas, à beleza das coisas simples como o céu de uma cidade do interior. Façamos do desemblogue-se um anti-computador sentimental!

Ah... Já ia esquecendo de me apresentar! Meu nome é Alice, venho de longe e tenho pouco tempo. Só até que eu acorde...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

desemblogue-se!

o BLOG foi inventado em 1997

a cultura BLOG tem criado diversos fenômenos hipermidiáticos

para alguns, o BLOG resgata a essência do jornalismo ideológico





Quer saber!?

DESEMBLOGUE-SE!