sábado, 15 de dezembro de 2007

O que você vai ser quando crescer?

Procurando videozinhos do festival do minuto, achei esse aqui.
Já é antigo, primeiro lugar de 2004.

Isso sim é realização profissional!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Sorri, Mônica


“Pra onde vai o sol quando a noite cai?”

O crepúsculo passou e veio a escuridão, que trazia consigo a angústia e o fardo pesado da nossa impotência em face de mais um dia de dor e sem respostas. Sim, já chegava a noite, teimando em tentar escurecer a nossa fé e nossas esperanças. Mais uma manhã e uma tarde tinham se passado sem que chegasse a notícia pela qual todos ansiavam: a boa nova, o milagre, a cura.

Diante daquele vazio do qual nos encontrávamos cheios, o telefone toca e se escuta a única informação que não se queria saber. Primeiro vem a descrença no que se acabara de ouvir e a negação do fato. Como se mentindo para si mesmo, se pudesse modificar a cruel realidade, se pudesse transformar, em mentira, a dura verdade. Depois vêm os pensamentos sobre o que é a vida, sobre o quão somos frágeis e a necessidade de ir tentar confortar, amenizar, pelo menos um pouco, a dor dos familiares.

No hospital imperam os sussurros e as lágrimas. Havia algo que ligava todo mundo ali. Contraditoriamente, o elo de união estava ausente, separado, apartado, e se fazia onipresente mesmo faltando nos abraços. Nem a lua estava plena, nela também faltava um pedaço. Precisava do teu sorriso pra melhor nos iluminar. As recordações começaram a surgir. E nós começamos a ter uma certeza: você não estava indo nesta noite, Mônica. Cada conhecido, cada familiar, cada amigo, vai lhe carregar um pouquinho. Nos sorrisos, nas viagens, nas lembranças. Gente como você, não vai embora nunca. Têm uma perpétua magia, um certo encanto, que nenhuma enfermidade é capaz de tirar. Estará viva em nós, porque o passado é eterno. Ao mesmo tempo, sempre nos faltará. A lua terá dificuldade de aparecer inteira no céu, as festas perderão um pouco do brilho e somente tuas boas lembranças nos ajudarão a seguir. Vinte anos e tanta energia... Não há como nos conformarmos. Mas, se há de ser, vai... Vai em paz. Mas fica sempre aqui, mesmo que em nós ainda falte um pedaço. Fica sempre, pra nos lembrar de sorrir.

Mônica Kelly de Lima Freire era estudante de Engenharia de Alimentos e diretora do Diretório Central dos Estudantes da UFC.

“O que sinto, não sei dizer. Vai com os anjos, vai em paz. Era assim, todo dia, de tarde, a descoberta da amizade até a próxima vez... É tão estranho...” Renato Russo