sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Desemblogue-se meu jovem!

Me desculpem aqueles que gostam de um estilo mais formal de se escrever, mas hoje não estou a fim de incorporar um ser mais maduro e seguro de si. Sei que pode parecer estranho, antiquado. Não posso negar o que já foi posto por mim e por outros aqui. Não me levem a mal. Esqueçam parágrafos, "abres", intertítulos. É que a cuca tá quente. Tá pegando fogo. Meu tema de hoje não me pertence. Não nasceu hoje. Tem a ver com a existência desse blog, e a de nós mesmos. Meu objetivo neste momento não é convencê-los da minha humilde opinião sobre as coisas do mundo. É só um estalo na minha cabeça. Um papoco sem sentido da mente de um confuso.

muito bem....

Há poucos dias, uma das nossas companheiras, aquela mais sonhadora e barulhenta, questionou a natureza das abordagens deste estimado espaço. A crítica carregada em sua língua-espada feriu a todos, inclusive a mim. Um golpe certeiro. Carregado de emoção. De alguém que queria ver, de alguma forma, na escuridão das nossas abordagens, a luz da novidade. Confesso não ter compreendido de imediato a profundidade da análise feita por esta pessoa, sobre o que, até este momento, tinha sido produzido aqui. Não que nela tenha baixado um deus da interpretação. Pra falar a verdade, as reivindicações dela pouco me importaram. O que sinceramente me chamou atenção foi o modo como ela colocou as opiniões e a maneira como, fervorosamente, as defendeu.

- O que seria esse diferente? - Questionaram-se todos no momento da inoportuna intervenção da nossa amiga. - Não sei. Diferente do que esta aí - Ela respondeu.

Confesso que isso me doeu um pouco. Na hora não sabia por quê. Será que naquele momento era um conservador? Será que naquele momento estava querendo manter o status quo? Será mesmo que só fico na poltrona sentado, comentando os fatos presentes nos tão criticados jornais?

Não sei. Só sei que naquele bendito momento não me vi como jovem. E foi isso que me nocauteou. Logo, lembrei da minha faculdade. Das pessoas só falando em redações, em estágios, em remuneração. Do emprego, do carro, da cadeira que a professora não lançou as notas ainda. Quanta mediocridade. Quanta velhice.

Os vestibulares que me desculpem. A temática ambiental, as quedas dos aviões e as questões jurídico-legítimo também. Mas, nesse momento, o principal problema que a sociedade vive é a falta de JOVENS. Atuantes, inovadores, impulsivos como a nossa amiga. Só os jovens podem transformar o que está aí.

Precisamos "quebrar" com muita coisa. Mesmo que nesta "quebra", a nossa cara vá junto também. O JOVEM de verdade, tão proclamado pelas canções que tanto apreciamos, não vive enfurnado meditando as desgraças da primeira página. Enquanto pudermos gozar da juventude, mudemos nosso vocabulário, incluindo o prefixo "des" em todos os verbos que nos incomodem. "des"iluda-se, "des"enrole-se...

Enfim, para que fique mais claro, levanta daí e DESEMBLOGUE-SE.

2 comentários:

Patricia M. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patricia M. disse...

Vou copiar mesmo o texto que mandei pro teu orkut. Até que enfim consegui comentar aqui!

Então... adorei o texto.

Há muitas formas de se mudar algo. Dizer o que se pensa é uma delas, da melhor forma e na hora mais oportuna, com sabedoria. Você disse que a intervenção foi inoportuna. Talvez você tenha achado que pensamos isto na hora, mas falo por mim que achei oportuníssima!

Agora, vamos ao que me incomodou: Particularmente prefiro não me engajar seriamente em algumas causas ao ponto delas mudarem um dia e eu ficar inerte. É o perigo da impulsividade que muitas vezes nos cega. É preciso fazer as coisas apaixonadamente e quebrar a cara, se por acaso isso acontecer. Taí: é bom quebrar a cara. Melhor do que ficar cego, achando que não é nada demais porque não dói.

Penso que temos muitos pensamentos e impressões em comum. Estamos vivendo agora um período tão conturbado quanto o vestibular. Todos entrando na "fase adulta",essa enxerida.

Comentar as notícias do jornal, escrever, ler, pensar nos problemas da faculdade, no futuro emprego, entre outras trivialidades pode ser cada vez mais recorrente pra nós.

Acho que o diferencial é a gente seguir sua dica mesmo... desencoisar as coisas! Quando se preocupar com o salário inicial lembrar que essa preocupação repousa em outra: a de realizar algo, seja uma família, uma empresa, uma Ong ou coisa do tipo.
Lembrar sempre que prefixar o (des) em tudo pode não ser exclusivo da juventude, mas de atitudes jovens porque estão sempre nascendo, descobrindo e sonhando. Pensamentos e atitudes jovens demais para levar em conta o peso de certas mediocridades e fazer delas leves besteiras necessárias do cotidiano=)